Analise da imagem




Gestalt do Objeto

Analisaremos a figura acima como um todo e depois por suas unidades e subunidades baseados nos princípios da gestalt do objeto – Sistema de leitura visual.
Nesta imagem a principal unidade é o espartilho e pode-se segregar varias outras subunidades: a fita, renda e colchete. A unificação do espartilho é notado pelos princípios da gestalt: na parte superior é por fechamento, formando um losango entre as fitas; as linhas pretas e brancas dão idéia de proximidade por estarem lado a lado; e os colchetes por semelhança.
O espartilho possui linhas orgânicas que contornam a imagem e linhas geométricas formando as fitas, rendas, laterais do espartilho e a linha central.
Existe Saturação na figura, indefinindo a matiz e cor. As rendas dão a sensação de toque e na parte central a textura é lisa. A imagem é tridimensional e possui uma organização formal, tendo assim harmonia. As listras estão em ordem por regularidade; na distribuição do olhar há equilíbrio; tem simetria, pois os lados são iguais. A imagem passa a idéia de passividade (parada), apresenta alta pregnância, a compreensão é imediata, pois apresenta poucas unidades visuais.
Há organização formal e fácil de ser assimilada, dando assim clareza, simplicidade e coerência a imagem. A figura opaca, oculta o fundo. A parte central possui linhas que dão redundância a imagem; a fragmentação esta presente na renda. A imagem é delicada dando refinamento visual: sutileza; possui profundidade; as linhas, os colchetes e os detalhes das linhas superiores dão idéia de seqüencialidade.
As formas marcantes da década de 1900 são as linhas curvas que formam a cintura afunilada, dando a mulher a silhueta “S” vista de perfil e silhueta “ampulhetada” vista de frente. A sensação de passividade e rigidez da imagem também são características da Belle Époque, pois a mulher tinha pouco ou quase nenhum movimento na silhueta, devido ao justíssimo espartilho utilizado. As rendas que passam a sensação visual de toque, demonstram a delicadeza e a sutileza da mulher, que era vista como um bibelô da época.